segunda-feira, novembro 27, 2006
Garden State (pela enésima vez)
Zach Braff pode até nem ser um grande actor. Mas é um realizador bastante competente e um argumentista do caneco tendo em conta que faz as três coisas ao mesmo tempo. Garden State (2004) - a sua segunda longa-metragem - é um grande, grande filme. E não me refiro à duração. Não é uma obra-prima. Não vai ficar eternizado na memória de Holywood. Não vai ser lembrado em nenhuma gala futura dos Óscares. Mas arrisco-me a dizer que é bem capaz de ser o "The Breakfast Club" da nossa geração. Devo-o ter visto hoje pela milionésima centésima quadragésima terceira vez (também é verdade que tenho poucos DVD's para fazer face à escassez e precaridade do cinema que passa na nossa televisão). Simples, despretensioso, realista e amoral. Não nos ensina nada de novo. Limita-se a recordar-nos coisas que já havíamos esquecido. Não altera a nossa tábua de valores. Mas obriga-nos a examiná-la com outros olhos. É absolutamente delicioso. Como actores, Natalie Portman (Sam) e Peter Sarsgaard (Mark) brilham muito mais, mas o segredo deste pequeno tesouro é mesmo um argumento arrebatador do inspirado Braff (Andrew Largeman), que também escolheu a banda sonora… e Nossa Senhora… que banda sonora!


Deixo-vos aqui um snack para abrir o apetite e, à frente, um extrato do menu.

Andrew Largeman: You know that point in your life when you realize that the house that you grew up in isn't really your home anymore? All of the sudden even though you have some place where you can put your stuff that idea of home is gone.

Sam: I still feel at home in my house.

Andrew Largeman: You'll see when you move out it just sort of happens one day one day and it's just gone. And you can never get it back. It's like you get homesick for a place that doesn't exist. I mean it's like this rite of passage, you know. You won't have this feeling again until you create a new idea of home for yourself, you know, for you kids, for the family you start, it's like a cycle or something. I miss the idea of it. Maybe that's all family really is. A group of people who miss the same imaginary place.

posted by Raimundo @ segunda-feira, novembro 27, 2006  
2 Obscenidades evitáveis:
  • At 27 novembro, 2006 17:33, Anonymous Anónimo said…

    Sem dúvida, um filme luminoso. Mas corrige-me se estou enganado, o Breakfast Club não será o "Breakfast Club" da tua geração?

     
  • At 27 novembro, 2006 23:37, Blogger Raimundo said…

    Não é que não tenhas uma certa razão.... mas a verdade é que quando o filme (Breakfast Club) saiu eu tinha apenas nove anitos. Digamos que a minha consciência social - já para não falar das preferências cinematográficas - ainda não estava perfeitamente desenvolvida. Aliás, acho que hoje, mais de 20 anos depois, ainda está em fase precoce de desenvolvimento.

     
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