terça-feira, fevereiro 28, 2006
Juro que tentei...
Tentei. Juro que tentei.

Tentei ser como vós. Desde que vos conheci tentei ser como vós. Vi os vossos filmes. Li os vossos livros. Ouvi os vossos discos. Assisti às mesmas peças. Vesti as vossas roupas. Usei as vossas drogas. Proferi as vossas obscenidades. Vomitei a mesma bílis… Tentei. Juro que tentei. Ser feliz. Assim. Como vós.

Tentei não ser diferente. Tentei. Não me sentir superior. Não sentir náuseas do vosso perfume. Nojo do vosso suor. Desprezo pela vossa existência. Tentei atender às vossas necessidades. Não vilipendiar os vossos credos... Dei-vos a mão e convosco procurei Deus. O vosso. O que procuráveis. Juro. Juro que tentei. Encontrar. Na ignorância. A felicidade.

Tentei. Caminhar ao vosso lado. Não vos deixar para trás. Não vos abandonar. Tentei ser solidário. Cair convosco. Chorar convosco. Partilhar da vossa indignação. Tentei empanturrar-me da vossa fraqueza. Beber da vossa mediocridade. Nada mais fiz desde que vos conheci. Senão. Por vós. Atingir a eudaimonia.

E olhei-vos, por fim, nos olhos. Carregado de esperança. E vi-me neles reflectido. E vi-me igual a vós. Como me queria ver. E nunca até então experimentara tamanha repulsa. E nunca até então me sentira tão miserável.



posted by Raimundo @ terça-feira, fevereiro 28, 2006   4 e, se calhar, talvez até mais labregos passaram os olhos por isto e acharam-se qualificados para dar a opinião que ninguém lhes pediu
segunda-feira, fevereiro 27, 2006
"Mãe... matei o Super-Homem" - Carnaval de 1985 (Parte II)

Esta é a segunda metade de uma história que começou no post anterior. Se ainda não o leu, talvez o queira fazer agora, se não, tanto se me dá como se me deu!


Quanto a mim, depois de ter sido obrigado a vestir a roupa que tinha na mochila, esperavam-me umas valentes reguadas. Levei até ficar com a palma das mãos dormentes. Nem sei quantas. Perdi-lhe a conta às 50. Mas não chorei. Porque o Conan… não chora! Depois a professora levou-me a casa puxado por uma orelha que, juraria, ficou com o dobro do tamanho. Contou tudo à minha mãe.

- O que é que tu fizeste?!!!

- …Matei o Super-Homem… - disse, sem nunca tirar os olhos do chão.

Levei mais uma tareia. Desta vez de chinelo. Não doía muito, mas eu e os meus irmãos fingíamos sempre muito choro para ela não se lembrar de arranjar um instrumento que doesse a valer. E, à noite, ia chegar o meu pai. Havia, ainda, a possibilidade de sentir o cinto. Mas o homem deve ter achado que eu já tinha levado a minha conta e ficou-se por uma palestra pedagógica. O que eu não esperava era que aparecesse lá por casa, a seguir à novela, a mãe do Serginho acompanhada pelo rapaz e pela sua cabeça envolta em ligaduras. A minha mãe foi à rua falar com a mulher e eu fiquei a espreitar por um canto da janela da cozinha.

- Já viu o que o seu Raimundo fez ao meu Serginho?

- Pois. Desculpe lá. Sabe como são os catraios! – tenta acalmá-la!

- Levou 12 pontos na cabeça!

- Deixe que eu pago-lhe a conta do hospital!

- Não quero que pague nada. Quero é que dê uma coça valente ao seu rapaz.

Se há coisa que a mãe detesta é que lhe digam como fazer o que quer que seja. Quanto mais educar um filho.

- O meu rapaz já levou a coça que tinha que levar.

- Não chega. Tem que levar mais. Que é para não voltar a fazer isto! 12 pontos!... já viu?

- Olhe… quem decide como castigar o meu filho sou eu. Amanhã eles já são amigos outra vez e nem se vão lembrar disto. Se quer que lhe pague a conta tudo bem… se não, pode voltar pelo caminho que veio.

- Com uma mãe assim não admira que o filho saia como saiu.

A minha velhota esboça o início de uma resposta… mas vira-lhe as costas e encaminha-se para dentro de casa. A outra não desiste…

- O seu filho é um bárbaro! – grita desde o portão da entrada – Um bárbaro!...

A minha mãe vê-me a espreitar pelo fundo da janela. Pára. Volta-se para trás e, com um brilhozinho de raiva nos olhos, devolve-lhe no mesmo tom antes de bater com estrondo a porta de entrada:

- Pois é!... Mas não é um bárbaro qualquer!... É o Conan!... E acaba de abrir a cabeça ao Super-Homem!


Quando ela passa por mim estou de pé junto à janela. Com um sorriso de orelha a orelha. De peito feito por achar que, apesar das chineladas, ela está orgulhosa de mim…

- Estás a rir-te de quê? Para o ano, no desfile da escola, vais de fada madrinha com o vestido da tua irmã!

Para mal dos meus pecados, a minha mãe cumpre sempre as promessas…

posted by Raimundo @ segunda-feira, fevereiro 27, 2006   2 e, se calhar, talvez até mais labregos passaram os olhos por isto e acharam-se qualificados para dar a opinião que ninguém lhes pediu
domingo, fevereiro 26, 2006
"Mãe… matei o Super-Homem!" - Carnaval de 1985 (Parte I)

1985 - Véspera de Carnaval

- Então de que queres ir mascarado amanhã? - Pergunta-me ela.

- De Conan! - Respondo.

- Quem é o Conan?

- É um bárbaro!

- Um bárbaro?

- Sim, mãe… vi no café do Toninho… no vídeo.

- Tu sabes o que é um bárbaro?

- É um homem que usa uma espada grande e tem muitos músculos e é muito forte e vai ser rei e todos pensam que ele é mau porque faz coisas más, mas ele é o bom.

Deita-me um olhar condescendente, ri-se e desgrenha-me o cabelo com a palma da mão.

- Já te disse que não te quero no café do Toninho!

- Quero ir de Conan!... Posso ir de Conan?

- Já disseste ao teu pai?

- Já. E o pai disse que me fazia a espada…

- Não queres ir antes de xerife? Já tens as pistolas e a estrela de xerife…

- Não! Quero ir de Conan! O Conan mata cobras gigantes!

- Cobras gigantes?… Eia.

- Sim… e feiticeiros maus que matam a namorada dele! Eu quero ser um bárbaro!

- Mais ainda? - Ela volta a rir-se…- Está bem então. De que precisas para o teu disfarce de… Conan?

- De um capacete com cornos. E da espada. Mas o pai já disse que me fazia uma.

- E então o Conan anda de espada e de calças de bombazina e camisola de lã?

- Não. O Conan não usa quase roupa nenhuma?

Ela pára e olha para mim desconfiada.

- Repete lá…

- O Conan só usa umas cuecas grandes feitas de pele de urso…

- E o que é que o Conan usa no Inverno?

- Só usa isso. O Conan é o homem mais forte do mundo e não tem frio. Ele anda assim na neve e tudo…

- Ó filho… não penses que vais sair à rua, com um frio destes, em cuecas…

- Mas eu quero ir de Conan…

- Fazemos assim: eu arranjo umas calças e um casaco velhos, pões as galochas e o gorro e podes ir de Conan!...

- Mas o Conan não usa roupa que é para se ver os músculos…

- Ou é assim ou vais de xerife…


Dia de Carnaval – na escola

- Raimundo?!! - grita a Dona Etelvina.

A turma toda, sentada nas carteiras, com os seus disfarces medíocres, volta a cabeça na direcção da porta de entrada.

- Porque estás sem roupa?

- Porque sou o Conan.

Solta-se a gargalhada geral e a professora de meia-idade olha para mim aterrorizada antes de agarrar o casaco de lã azul que tinha pendurado nas costas da cadeira e correr na minha direcção para mo deitar sobre as costas.

- A tua mãe deixou-te sair de casa assim, nessa figura? Só de cuecas e galochas? Com este frio?

- Não.

- Então, onde está a tua roupa?

- Na pasta.

- Como é que a tua roupa foi parar à pasta.

- Tirei-a no caminho.

- Porquê?

- Porque o Conan não usa roupa.

- Quem é o Conan?

- É o homem mais forte do mundo.

- O homem mais forte do mundo é o Super-Homem! – intromete-se o Serginho. O Serginho é o miúdo mais irritante da terceira classe e é filho do senhor Manel que é o homem mais rico da aldeia. Tão rico que até comprou lhe comprou um fato de Super-Homem na vila.

- O homem mais forte do mundo é o Conan! – respondo.

- Não é nada. É o Super-Homem!

- É o Conan!...

- É o Super-Homem.

- Meninos!... – berra a professora de mãos na cabeça.

- É o Conan. O Conan mata cobras gigantes e outros monstros!

- O Super-Homem levanta carros e comboios.

- O Conan mata feiticeiros maus e pode com pedras muito grandes e consegue subir torres muito altas.

- O Super-Homem não precisa de subir porque consegue voar.

- Serginho, cala-te. Raimundo, veste a roupa, por amor de Deus!

- O Conan conseguia matar o Super-Homem!...

- Não conseguia nada. Ninguém consegue matar o Super-Homem porque ele é indestrutível e não pode morrer. O Super-Homem é que conseguia matar o Conan porque o Conan é só um homem e pode morrer como os outros…

Há coisas que não se devem dizer a um fã do Conan com nove anos. Sobretudo se tem um pau na mão. Sem mais argumentos para contrapor, a única coisa que me ocorreu para provar o meu ponto de vista foi a mais óbvia. De repente estou a brandir a minha espada da Atlântida - versão de madeira - no ar e a desferir um belo golpe de cima para baixo mesmo em cheio no topo da cabeça do rapaz. Ele não estava à espera. Não se protegeu. Só deitou as mãos à cabeça depois da pancada. Cerrou os olhos. Começou a ficar vermelho. Depois roxo. E os seus lábios começaram a retorcer e a ficar brancos. E um fio de sangue principiou a descer a testa rumo ao nariz.

Ficou assim uns instantes. Parado. Sem respirar. Depois arregalou os olhos e a boca. Inspirou o ar tão rápido que da sua garganta saiu um som monstruoso igual ao dos vilões dos filmes quando estão a morrer. Mas não morreu. Caiu nos braços da Dona Etelvina e desatou a chorar como um desalmado. A professora entrou em pânico. Gritou pela Dona Margarida, que era contínua da escola. A mulher apareceu com uma caixa cheia de água oxigenada e gaze e adesivo. E depois veio o senhor Alberto que tem uma carpintaria do outro lado da estrada em frente à escola e levou-o na carrinha para o hospital.

"Indestrutível o raio que o parta", pensei. "Não há super-homem que resista ao poder de Conan e da sua Espada da Atlântida"!...


To be continued...


Por imperativo de espaço, e porque o pessoal se está sempre a queixar do tamanho dos posts, o resto da história segue amanhã. À mesma hora, no mesmo blog, num computador perto de si.

posted by Raimundo @ domingo, fevereiro 26, 2006   3 e, se calhar, talvez até mais labregos passaram os olhos por isto e acharam-se qualificados para dar a opinião que ninguém lhes pediu
sexta-feira, fevereiro 24, 2006
Os homens também engravidam!

Obviamente não me refiro a parte biológica da coisa! Com o inchaço e os enjoos matinais e esses sintomas aborrecidos e tal... Mas que os homens adquirem, por afinidade, todos os comportamentos sintomáticos de uma gravidez quando a companheira está de esperanças... lá isso adquirem.

A esposa do meu chefe – o chefe a sério, e não o outro que acha que é chefe só porque tem uma placa na porta a dizer "chefe" e recebe ordenado digno de chefe – está grávida. E ele anda nervoso. Levanta-se mais que o habitual. Está mais rezingão, menos para ela. Mais impaciente, menos para ela. Lê artigos sobre nutrição para grávidas na Internet. E entra descomplexadamente em lojas de roupa especializadas no assunto. Compra fruta exótica no supermercado. Já montou o berço apesar de o rebento só chegar lá para Junho.

Fala um dialecto estranho composto por palavras como ecografia, progesterona, toxoplasmose, amniocentese, imunoglobina, amniótico, e outros acabados em “ose” e “ese” e “ótico” e “ina”. E pelo modo convicto como os profere, todos os termos parecem fazer algum sentido para ele.

A bem dizer, o chefe parece mais grávido que a mulher. Ele é a telefonar de dez em dez minutos para saber se está tudo bem, se precisa de alguma coisa, se está bem agasalhada porque vem aí uma frente fria do ocidente e o Instituto Nacional de Meteorologia prevê neve para as Terras Altas – e o facto de viver a pouco mais de 100 metros acima do nível médio da água do mar é só um pormenor –, se os comprimidos que o médico receitou para o entorse no pé não vão influenciar a gravidez, se tomou as vitaminas, se tem as pantufas calçadas, se já leu as recomendações da página 314 do quinto volume do “Manual para Grávidas em Cinco Volumes”, se já tomou mesmo as vitaminas, se comeu os figos secos que estavam em cima da mesinha de cabeceira antes de se levantar, se não está a beber demasiada água, se tem certeza que os antibióticos para a inflamação do pé não vão, de certeza, fazer-lhe mal, se é normal não ter náuseas nesta fase da gravidez, se é mesmo preciso esperar nove meses…

Nem parece ele. Já nem fala mal do Benfica às segundas-feiras de manhã... nem nos esfrega as vitórias do Sporting na cara!...

Se isto não é um homem grávido, não sei o que é!

posted by Raimundo @ sexta-feira, fevereiro 24, 2006   2 e, se calhar, talvez até mais labregos passaram os olhos por isto e acharam-se qualificados para dar a opinião que ninguém lhes pediu
quinta-feira, fevereiro 23, 2006
A “Incrível Estupidez” e a ressaca dos mon cherries

Há coisas tão incrivelmente estúpidas e previsivelmente inúteis que jamais deveriam ser tentadas. Há experiências cujo resultado, sabemo-lo de antemão, não interessa a ninguém. Não fará de nós melhores pessoas. Não contribuirá, de forma alguma, para o alargamento dos limites do conhecimento humano. Não nos proporcionará, sequer, um prazer imediato que não aquele de sabermos que, provavelmente e pelas mais variadas razões, não deveríamos estar a fazer aquilo.

Há coisas tão incrivelmente estúpidas e previsivelmente inúteis que jamais deveriam ser tentadas. E é exactamente por esse mesmo motivo que não conseguimos evitar fazê-las. Aliás, é essa dose de Incrível Estupidez o principal ingrediente da nossa adolescência.

Para o bem ou para o mal, a história de cada um está cravejada de episódios estupidamente gloriosos. Quase todos passados entre os 13 e os 20 anos. Quase todos perigosos. Quase todos imorais. Quase todos ilegais. Quase todos incrivelmente maravilhosos.

Quem nunca roubou um chocolate no Modelo só pela adrenalina? Quem nunca palmou uma Gina no quiosque do Pelourinho enquanto o senhor se virava de costas para fazer o troco da caixa de Chiclets que acabávamos de comprar com 500 escudos? Quem nunca levou uma garrafa de Whisky do pai para beber com os amigos no liceu entre uns jogos de lerpa a dinheiro nos intervalos das aulas? Quem nunca entrou num concurso para ver quem apalpava mais miúdas nos corredores da escola, ou quem bebia uma lata de Coca-Cola de um só trago ou mais cervejas consecutivas? Quem nunca tentou meter na boca vários pacotes de Super-Gorila?...

…Para quê?... Por que não?

Até há uns dias atrás achava eu que os adolescentes detinham o monopólio da Incrível Estupidez. Engano meu. Embebido de uma euforia revivalista motivada pela presença de um dos meus mais antigos amigos e companheiro de armas em momentos incrivelmente estúpidos, eis que me vejo, de novo, envolvido em mais uma dessas experiências destinadas a acabar em trauma físico e/ou psicológico.

O Benfica acabava de vencer o Liverpool e, como tal, impunha-se uma celebração. Com álcool. Como é óbvio. Ora, aqui é que se levantou o problema. Estávamos em casa e não havia cerveja. Não havia whisky. Não havia brandy. Não havia nada. Nem uma gota de álcool. Nem pinga…

…Bom…quer dizer… há ali quatro caixas de Mon Cherry desde o Natal… e os mon cherries… quer dizer… têm álcool não é?… Podemos tentar apanhar uma bezana com mon cherries!...

“Apanhar uma bezana com mon cherries!...” E nem precisámos de um segundo para pensar. Os nossos olhos brilharam na direcção das quatro caixas rosa-choque empilhadas dentro do armário das bebidas. “Apanhar uma bezana com mon cherries!...” Era tão incrivelmente estúpido que tinha que ser tentado.

Numa hora devorámos, a meias, as quatro caixas. Primeiro ainda começámos com a técnica de roer um cantinho, sugar o licor e pôr o chocolate de lado. Mas depois achámos que era um desperdício de tempo e de chocolate e vai de emborcar tudo. Quarenta bom-bons numa hora… duas caixas… Com o objectivo último de tentar ficar bêbado… Não importava se era ou não possível. Importante era tentar! E nestas coisas o que conta é a intenção…

Como é óbvio – para mim, agora, também – duas caixas de mon cherries não deixam bêbado ninguém (pelo menos com uma constituição física normal). Podem comer à vontade que ainda conseguem fazer o “4”, andar em linha recta, dizer “iparipapígrafo” sem gaguejar, manobrar maquinaria pesada e perceber que o Beto é a maior das nódoas do plantel do Benfica… O que já não vos garanto, é que não andem o dia seguinte a correr para a casa de banho de dez em dez minutos com diarreia provocada pelo excesso de chocolate e de cerejas cristalizadas.

Se não estou arrependido?... Hoje já não! Se repetiria a experiência agora que sei o resultado?... Isso seria muito estúpido… não acham?

Ah!... só mais uma coisa…

EMBRULHEM seus adolescentes borbulhentos e espinhosos com as vossas competições de mijar mais longe e ejacular mais alto e/ou mais vezes consecutivas... A estupidez deixou ser exclusivo vosso!

posted by Raimundo @ quinta-feira, fevereiro 23, 2006   5 e, se calhar, talvez até mais labregos passaram os olhos por isto e acharam-se qualificados para dar a opinião que ninguém lhes pediu
terça-feira, fevereiro 14, 2006
Dia de S. Valentim e da disfunção sexual!
É isso mesmo. O dia de hoje, devotado a S. Valentim, padroeiro dos namorados, é, também, o dia que a UNESCO dedica aos que sofrem de disfunção sexual.

Não sei que génio da ONU se lembrou da escolha do dia... mas que é uma piada cruel lembrar os doentes de disfunções sexuais no dia em que, por esse mundo fora, mais sexo se deve praticar por metro quadrado e por minuto... lá isso é!
posted by Raimundo @ terça-feira, fevereiro 14, 2006   4 e, se calhar, talvez até mais labregos passaram os olhos por isto e acharam-se qualificados para dar a opinião que ninguém lhes pediu
Uma semana sabática
Por razões que não dizem respeito a ninguém, durante os últimos sete dias o Mundo Por Raimundo esteve a modos que parado. Decidi tirar uma semana sabática para me dedicar aos prazeres a que gosto de me dedicar sem ter que ouvir - "ler" seria um termo mais apropriado ao caso, mas não me apeteceu apagar e reescrever - comentários aos meus posts sobre liberdade de expressão e de como eu estou certo de que estou certo do mesmo modo que estou certo que os outros estão errados a não ser que concordem comigo.

Portanto, àqueles que não concordam com a minha visão sobre o assunto não tenho nada a responder a não ser que me estou a marimbar para a vossa opinião apesar de vos reconhecer o direito a tê-la - e isto é que é importante! A liberdade de expressão, afecte quem afectar, choque quem chocar, e veicule uma verdade ou uma mentira é, para mim, um direito tão natural como o ar que se respira. E, assim, não está sujeita a qualquer tipo de negociação. Eu não a troco pela paz no mundo, pelo fim da fome em África, pelo desarmamento nuclear ou por qualquer outro desejo de uma qualquer candidata a Miss Universo. Se houver quem o faça em nome do conforto nas relações entre raças, cores ou credos... está no seu direito. Não o faça é em meu nome! E não conte que eu me cale!
posted by Raimundo @ terça-feira, fevereiro 14, 2006   3 e, se calhar, talvez até mais labregos passaram os olhos por isto e acharam-se qualificados para dar a opinião que ninguém lhes pediu
terça-feira, fevereiro 07, 2006
Shame on you... Mr. Amaral!
Há princípios pelos quais vale a pena lutar. Bater o pé. Fazer birrinha se for preciso. Eu prezo imenso a liberdade que tenho de dizer o que quero. De me expressar da forma que bem entender. Mesmo com a consciência prévia que posso chocar alguém. Quem se sentir ofendido que recorra a um tribunal que é para isso que eles existem. Esta liberdade exerci-a, com mais ou menos responsabilidade, ao longo da vida sem ter que me preocupar com as eventuais repercussões. Porque o meu pai como o de muitos outros, saiu para a rua num dia de Abril nos anos 70 e disse "BASTA" a um regime que proibia essa mesma liberdade de expressão.

E agora vêm uns iluminados, ao abrigo da liberdade de culto religioso, tentar privar-me dessa liberdade porque uns fundamentalistas se sentiram ofendidos por uma dúzia de caricaturas de uma personagem sagrada. Meus caros… na nossa sociedade religião nenhuma é mais sagrada do que a liberdade de expressão. Por tal, também o mundo ocidental se pode sentir ofendido nas suas mais profundas convicções, pela existência de uma religião que não tolera essa liberdade. Mas não vêem dinamarqueses a queimar turbantes. Ou exemplares do Corão. Nem invasões às embaixadas do Irão em Copenhaga. Ou em outra capital europeia qualquer. Porquê? Talvez porque o Mundo Ocidental já convive com esta liberdade há tanto tempo que já se habituou a respeitá-la. Porque no Mundo Ocidental não há, como não deve haver, em circunstância alguma, em lugar algum do mundo, pessoas, instituições – políticas, civis ou religiosas – ou crenças, acima de qualquer suspeita e, sobretudo, acima da crítica – seja esta justa ou não – sob pena de não nos desenvolver-mos enquanto seres humanos.

A Idade Média, período durante o qual o fundamentalismo religioso vigorou da Europa Ocidental ao Oriente Médio, e onde a liberdade de expressão era queimada em fogueiras, metida em galés, torturada com os mais diabólicos engenhos alguma vez criados, foi o período da História em que mais gente morreu estúpida e desnecessariamente. Pior que isso, ainda, foi o retrocesso no campo da cultura e da ciência. Deus – o nosso (salvo seja) e o dos outros – eram a razão da existência e exigiam novas conquistas territoriais. Não se contentavam com adoração, queriam subjugação. E desperdiçaram-se séculos de investigação científica. E perderam-se centenas de escritores e poetas e pintores e escultores. Porque nenhuma expressão era aceite além daquela que transmitisse a mensagem de Deus.

Ceder às exigências islâmicas de pedidos de desculpa e de limitação da liberdade de expressão – ainda para mais pelos motivos que se sabe – é um retrocesso no processo de maturação das democracias ocidentais. É um passo atrás em direcção à Idade Média. É um erro que poderá custar caro a curto prazo. É que se cedemos agora, mais tarde ou mais cedo, o Vaticano irá exigir que se acabem com as caricaturas ao papa. Que não se ponham a ridículo os dogmas cristãos. E como quem se deixa “pisar uma vez, se deixa pisar outra vez”, não tarda e começamos a ter leis de decoro. Primeiro a proibir tudo o que possa ferir a susceptibilidade de alguém, depois a proibir mini-saias, decotes, bikinis – coisa que até pode ficar imediatamente resolvida com a obrigatoriedade do uso da Burka. Acabarão as anedotas sobre alentejanos e os bailes da aldeia serão animados por uma banda rock porque os conjuntos pimba serão banidos juntamente com a boçalidade gratuita.

Por isso, é com profundo desagrado que leio as notícias que dão conta das últimas declarações do nosso Ministro dos Negócios Estrangeiros que, em vez de defender a Liberdade que tanto gosta de afirmar que ajudou a conquistar, se coloca do lado das “virgens ofendidas”, supostamente indignadas, que nos seus países promovem uma sociedade intolerante, chauvinista, fundamentalista e bélica, mantendo-a numa espécie de Idade Média.

É a esta gente, sr. Freitas do Amaral, que temos que pedir desculpa? É por estes valores que temos de abdicar dos nossos? Vá-se foder* e tenha vergonha na puta da cara!

* - Num país islâmico, eu seria apedrejado até à morte, atado a uma pick-up e arrastado pelas ruas e, por fim, pendurado pelo pescoço à entrada da cidade com um cartaz improvisado a dizer “inimigo do regime”. Felizmente vivo num país onde há liberdade de expressão e não tenho que me preocupar muito por mandar foder um ministro!

posted by Raimundo @ terça-feira, fevereiro 07, 2006   12 e, se calhar, talvez até mais labregos passaram os olhos por isto e acharam-se qualificados para dar a opinião que ninguém lhes pediu
segunda-feira, fevereiro 06, 2006
O Mundo de pernas p'ró ar


O Mundo anda mesmo de pernas para o ar!

Ele é a liberdade de expressão a ser questionada na Europa. Ele é a Dinamarca a entrar no restrito círculo de países odiados pelos Muçulmanos. Ele é os Árabes a vingarem-se nos judeus. Ele é os Judeus a vingarem-se nos palestinianos. Ele é os palestinianos a vingarem-se em quem podem. Ele é uma tipa a pagar a quatro filhos-da-puta para assassinarem uma criança de meses na África do Sul. Ele é O Cavaco a candidatar-se a Presidente da República. Ele é o primeiro-ministro do Irão a fabricar armas nucleares. Ele é ataques à bomba no Paquistão. Ele é a Câmara de Gaia que deve 47 milhões de euros a fornecedores. Ele é O Cavaco a ganhar as eleições para Presidente da República. Ele é o processo da Casa Pia que não avança. Ele é o Apito Dourado que apita cada vez menos...

Mas nada é mais sintomático do actual estado de coisas que seis milhões (ou sejam lá quantos forem) de benfiquistas a torcer e a rezar afincadamente na esperança de que o seu (meu) clube desça, hoje à tarde, à quarta posição da Liga.

O Mundo está mesmo de pernas p'ró ar!...
posted by Raimundo @ segunda-feira, fevereiro 06, 2006   6 e, se calhar, talvez até mais labregos passaram os olhos por isto e acharam-se qualificados para dar a opinião que ninguém lhes pediu
sábado, fevereiro 04, 2006
Em nome de Deus?! P'ró raio que vos parta pá!...
Ouvi ainda há pouco, na TV, um alto dirigente de um país muçulmano que não decorei referir-se aos europeus como ignorantes e insensíveis para com os sentimentos e cultura do povo islâmico. E que exigia um pedido de desculpas para todo o Islão e que a União Europeia tomasse medidas para PROIBIR coisas semelhantes.

Depois ouvi um Imã (acho que é assim que se escreve) muçulmano em Portugal dizer algo como isto: "A Europa já não acredita em Deus. Deus está a desaparecer na Europa. Mas os Muçulmanos ainda celebram Deus diariamente. E vivem segundo as suas regras. E quando esse modo de vida é alvo de chacota por parte de um mundo que não celebra Deus, é natural que as facções mais radicais tomem isso como uma provocação e reajam".

Ora... eu não queria colocar isto em termos de quem está certo ou errado. Até porque, tratando-se de duas culturas diferentes, é natural que haja choques esporádicos. Até manifestações de desagrado pacíficas. O que eu não aceito é que, no meu país (leia-se Europa) ponham em causa um direito - que eu posso exercer ou não - que custou o sangue dos meus antepassados.

Na Europa também já experimentámos viver segundo as regras de Deus. Costumamos chamar-lhe Idade Média e nem a II Guerra Mundial matou tanta gente. Queimaram-se bruxas, degolaram-se infiéis, empalaram-se turcos, crucificaram-se judeus, massacraram-se tribos africanas. Crianças, mulheres, velhos. Tudo a eito. E tudo em nome de Deus. Demorámos mais de 1.000 anos a perceber que, afinal, Deus nunca tinha dito a ninguém para matar em seu nome - a partir daí passámos a arranjar desculpas menos esfarrapadas para entrar em guerra com alguém - e mais uns séculos até conquistarmos o direito a dizer aquilo que quisermos do modo como quisermos, quando quisermos. E agora vêm uns tipos que governam países que nunca saíram da Idade Média - e fazem questão de assim continuar - armados ao pingarelho a exigir pedidos de desculpa e proibições?

Mas não fiquem com a ideia que tenho algo contra os muçulmanos ou contra o seu credo. Apenas não posso com os cabrões que os governam e que fomentam o fundamentalismo religioso e a ignorância de modo a manterem o controlo sobre a população desde os seus faustos palácios onde não falta vinho, wiskey, charutos cubanos, home cinema, prostitutas sem burka, vários Porsche Cayene, limosines à prova de bala, dois jactos privados - um dos quais para as várias eposas irem fazer compras a Nova York - e três iates do tamanho do Titanic.

E tem o descaramento de vir falar em nome de Deus?... vão mas é p'ró raio que vos parta...




NOTA: Este post foi originalmente escrito como comentário a um postal da província da Sílvia Vaz Guedes. Mas resolvi publicar aqui também - mais completo - porque acho isto importante!
posted by Raimundo @ sábado, fevereiro 04, 2006   3 e, se calhar, talvez até mais labregos passaram os olhos por isto e acharam-se qualificados para dar a opinião que ninguém lhes pediu
sexta-feira, fevereiro 03, 2006
Qual é a coisa qual é ela...
Ora aqui vai uma novidade no Mundo por Raimundo só para desanuviar o ambiente e dar descanso ao pessoal que constantemente se lamenta tipo coninhas que os meus textos são muito grandes e que são difíceis de ler e que devia escrever menos e o ca****o!...

Esta inventei-a – pelo menos acho que inventei porque não me lembro de alguma vez a ter ouvido – há um bocadinho e pareceu-me genial. Vejam lá se adivinham:



Qual é a coisa, qual é ela
Que quanto mais se vê,
Menos se acredita nela?


Vão deixando os vossos palpites, que lá para depois do fim-de-semana dou a resposta. E sim, eu sei que isto nem parece coisa de Raimundo... mas sinceramente estou bem a marimbar-me para a vossa opinião.

posted by Raimundo @ sexta-feira, fevereiro 03, 2006   5 e, se calhar, talvez até mais labregos passaram os olhos por isto e acharam-se qualificados para dar a opinião que ninguém lhes pediu
quinta-feira, fevereiro 02, 2006
Deixem casar as gaijas porra!

Eu gosto de gaijas! Aliás, gosto tanto de gaijas que se tivesse nascido gaija com certeza andaria com outra gaija. E por "andaria" entenda-se "faria sexo com". Obviamente, sendo eu quem sou, nunca me passaria pela cabeça casar com a rapariga. Mas o facto de eu não acreditar nessa sagrada instituição que é o matrimónio - exactamente pelo facto de ser sagrada - não quer dizer que não a reconheça enquanto opção - muito questionável - na vida de duas pessoas... ou três... desde que a terceira também seja gaija.

Vem isto a propósito daquelas duas moçoilas que viram negado pelo Governo o seu pedido para casar (uma com a outra, obviamente). Ora... que dizer em relação a isto? Que tá mal pá...

Que eu saiba, não está escrito em lugar nenhum da Constituição que o casamento civil pressupõe duas pessoas de sexos diferentes - e se está, ainda é mais grave. Que eu saiba, um dos direitos fundamentais do indivíduo, expresso pela Carta dos Direitos Humanos, é a FELICIDADE. Que eu saiba, as pessoas, salvo raras excepções, casam com a ilusão de que serão mais FELIZES - o que nem sempre acontece, mas o erro também é um direito inalienável ao ser humano. Que eu saiba, a função do Governo é trabalhar para a FELICIDADE a curto, médio e longo prazo de quem o elege.

Ora, ao não aprovar o casamento das rapariguinhas, o Governo está a afrontar a Constituição, a Carta dos Direitos do Homem e, mais importante, o direito que cada um de nós tem a ser FELIZ. Mas o que mais me irrita nisto tudo, é que esta não é uma decisão baseada em argumentos racionais. Não... isto é mais uma daquelas tomadas de posição que tem como base dogmas religiosos!

Mete-me nojo que, no mais ocidental cantinho da Europa Ocidental, o Estado tome decisões típicas de um qualquer país do Médio Oriente. Esses, pelo menos, têm uma boa desculpa: O Corão - que, no fundo, é a Bíblia traduzida para árabe - é a sua constituição. Agora, num Estado dito laico... tss, tss… tenham vergonha!

Então, se a pessoa ao lado da qual eu me sentisse mais FELIZ fosse outro homem - Aaaaarrhhggg... spit... spit... - e se quisesse, oficialmente, unir a minha à vida dele, com todos os privilégios e deveres que uma união matrimonial comporta, com que legitimidade me negaria o Governo tal aspiração? Não é meu direito ser FELIZ? Não é dever do Governo zelar pela minha FELICIDADE? Seria eu um doente com uma qualquer disfunção sexual contagiosa?... um herege?... Acaso o incómodo pré-conceptual das mentalidades beatas é um bem maior que a FELICIDADE de duas pessoas?

NÃO!... NUNCA!

A meu ver, o Governo tem duas opções. Ou adopta a Bíblia como Constituição da Nação – e eu mudo-me para um país civilizado –, ou deixa casar o gaijedo todo daqui para a frente. Eu, pessoalmente, espero que sigam a segunda via, até porque detesto fazer mudanças.

posted by Raimundo @ quinta-feira, fevereiro 02, 2006   2 e, se calhar, talvez até mais labregos passaram os olhos por isto e acharam-se qualificados para dar a opinião que ninguém lhes pediu
quarta-feira, fevereiro 01, 2006
Costa & Buíça: assassinos ou patriotas?
Para quem não sabe, anda distraído ou, simplesmente, não quer saber – posição que conta com a minha total compreensão – celebra-se hoje mais um aniversário sobre o assassinato do Rei D. Carlos de Portugal e do príncipe herdeiro, Luís Filipe. Foi há, precisamente, 98 anos – a 1 de Fevereiro de 1908 – que Alfredo Costa e Manuel Buíça deram o seu importante contributo para livrar o país dessa corja de parasitas que era a Realeza.

A Família Real regressava de um retiro prolongado em Vila Viçosa, onde tinha ficado umas semanitas a coçar a micose enquanto esperava que o clima de revolução patrocinado por republicanos apoiados pela Maçonaria e pela Carbonária – para quem não sabe, anda distraído ou não quer saber, tratam-se de duas sociedades secretas (e eu nem devia estar a falar disto) – amainasse.

Mas o clima não amainou porque na semana anterior, na sequência de um movimento revolucionário republicano conhecido como “golpe do elevador da biblioteca”, João Franco – uma espécie de primeiro-ministro nomeado pelo Rei e não eleito (assim… tipo Santana Lopes) – teve a peregrina ideia – no seguimento de outras ideias peregrinas como a proibição da liberdade de imprensa e a repressão política (assim… tipo Santana Lopes) – de sugerir ao monarca que assinasse um decreto a expatriar todos os envolvidos e futuros acusados de conspiração contra o reino.

D. Carlos, que era um tipo culto, mas burro como uma porta no que toca a tacto político – e no caso em apreço esta característica seria fundamental na medida em que os envolvidos no golpe de 28 de Janeiro eram uns tipos importantes e com muita influência no país (assim… tipo Marcelo Rebelo de Sousa, Miguel Sousa Tavares e, passe a comparação, uma espécie de Major Valentim que nunca largava a carabina) –, assinou o papel e… fodeu-se!

Quando chegou a Lisboa, esperavam-no, entre uma multidão paga para ali estar, Manuel Buiça e Alfredo Costa, republicanos da Carbonária – uma espécie de Hammas português do início do século XX – que lhe espetaram dois tiros nos soberanos cornos. Não há imagens televisivas, mas é só imaginar o assassinato do JF Kennedy e substituir a viatura por um coche, também, descapotável. Junto com o anafado rei, morreu também o filho mais velho. E sobrou apenas o Manelito, que era cadete da Marinha, para tentar arrumar uma casa que toda a gente queria remobilar.

Foi o princípio do fim da Monarquia que, para quem não sabe, anda distraído ou não quer saber, era um sistema político em descrédito porque, vá-se lá saber como, já naquela altura havia quem pensasse que não seria muito justo uma pessoa governar um país só por ser filho da pessoa que o havia governado antes. Paneleirices burguesas…

Ora bem… contei-vos isto tudo – de forma resumida, obviamente – porquê?

Porque considero uma profunda injustiça o tratamento que a História deu aos dois autores do crime - que acabaram executados no local pela Guarda Real. Não há, ou há muito poucas, referências às vidas destes dois homens. De Manuel Buíça e Alfredo Costa sabe-se que eram um militar e o outro professor, respectivamente, e pouco mais. Ficaram catalogados nas enciclopédias e nos manuais escolares como os “regicidas”, os “assassinos do rei”, com toda a carga negativa conotada com tais expressões. Foram relegados para um plano secundário, e nem uma referência própria merecem na maioria dos anais.

Obviamente não passavam de dois peões manipulados pela Carbonária que, por sua vez, era manipulada pela Maçonaria – empenhada em acabar com o parasitismo da Realeza, que quase faliu o crédito predial, para colocar no poder os seus próprios parasitas, tal como ainda hoje acontece (e provavelmente também não devia estar a falar disto!). Mas, para mim, tenho-os como cidadãos visionários e, no mínimo, patriotas (e não conotem isto com nacionalismo).

Mereciam outra consideração. Sei lá… talvez uma estátua no Terreiro do Paço, com os dois republicanos de arma em punho e em posição de disparo com uma inscrição na base a dizer algo do estilo: “A Alfredo Costa e Manuel Buíça: Mártires da causa republicana que livraram o país da anafada tirania monarca.”

Mas talvez os nossos governantes não se sintam confortáveis em ter um monumento a recordá-los de que quando o povo se chateia a sério… as merdas acontecem!...

posted by Raimundo @ quarta-feira, fevereiro 01, 2006   10 e, se calhar, talvez até mais labregos passaram os olhos por isto e acharam-se qualificados para dar a opinião que ninguém lhes pediu
 


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